domingo, 6 de outubro de 2013

SOJA

Saiba sobre o efeito de isoflavona na doença
  de Alzheimer

 15/11/2006

Kyung Koo Han (1)
Paulo Bertolucci (2)
Dong Koo Yim (3,4)
(1) Dpto. de Tocoginecologia - Escola Paulista de Medicina, UNIFESP
(2) Dpto. de Neurologia e Neurocirurgia - Escola Paulista de Medicina, UNIFESP
(3) KRIBVB, Korea
(4) ITAL (Instituto de Tecnologia de Alimentos)

INTRODUÇÃO
O tratamento da doença de Alzheimer (DA) com o uso de hormônio de esteróides, como o estrógeno, tem sido associado à diminuição das incidências desta doença. Entretanto, o mecanismo de ação pelo qual o uso de estrógeno previne e trata a doença de Alzheimer ainda é pouco conhecido. O efeito antioxidante, interações imunológicas, aumento dos níveis de apoliproteína E e alterações do processo precusor de proteína amilóide têm sido atribuídos a possível influência de estrógeno na cascata de DA. Existem ainda evidências que mostram que o estrógeno funciona como modulador de fator de crescimento neurônio cerebral, atribuindo o potencial do estrógeno para o tratamento da DA.
A perda de neurônios colinérgicos basais que ocorre durante a progressão da DA é um fenômeno bem documentado. Os grupos de células colinérgicas inervam diversas regiões do cérebro, como o córtex cerebral, sistema límbico associado com a região de hipocampo e corpo amigdalóide. As regiões pré-citadas são importantes para o funcionamento normal do aprendizado, memória e atenção. Acredita-se que a degeneração dos neurônios colinérgicos seja a causa da progressão das degenerações das funções cognitivas da DA. Todos os tratamentos que aumentam a sobrevida dos neurônios podem potencialmente retardar a progressão da DA. A substância que retarda a degeneração destes neurônios colinérgicos em modelos animais foi identificada e é denominada de fator de Crescimento Nural (FCN).
O estrógeno influencia a expressão de certos genes para a produção de FCN. Se os estrógenos podem atuar neste processo acredita-se que algumas substâncias, como fitoestrógenos, também possam atuar nos pacientes com a DA, retardando e tratando-a.
As isoflavonas são membros de uma família polifenólica de uma larga classe de compostos sintetizados por plantas e têm estruturas químicas similares aos estrôgenos fisiológicos e sintéticos. A soja contém duas isoflavonas em maior quantidade, a genisteína e a daidzeína e, em menor quantidade, a gliciteína.
PACIENTES E MÉTODOS
O grupo populacional será constituído pelas pacientes assistidas na Disciplina de Neurologia no Setor de Doença de Alzheimer, da Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Medicina (UNIFESP-EPM).
Serão estudados 80 pacientes, através do estudo duplo-cego randomizado, sendo dividido em dois grupos de 40. A duração do estudo será de 12 meses. O primeiro receberá 100 mg de isoflavona na forma de cápsula diariamente, divididos em 3 tomadas (3 cápsulas de 33 mg). O segundo grupo receberá placebo. Os dois grupos continuarão recebendo os medicamentos habituais para tratar da DA, a ingestão de isoflavona será para atenuar e melhorar ainda mais o tratamento convencional.
Inicialmente foi realizado o diagnóstico da DA, ou seja, selecionou-se as pacientes que apresentavam sintomas de demência causada por degeneração neural, com sintomas como depressão, perda de memória progressiva e perda de força progressiva. Os critérios deste trabalho foram:
- Concordar em participar do estudo, por meio de consentimento escrito em documento formulado e aprovado pela Comissão de Ética Médica da UNIFESP-EPM;
- Pacientes que estão com o diagnóstico da DA, ou seja, com sintomas já descritos;
- Apresentar sintomas clínicos frequentes de DA, como depressão, perda de memória, alterações das funções cognitivas, perda de força muscular progressiva.
O protocolo de pesquisa seguiu os seguintes ítens:
- Todas as pacientes ao submeterem-se ao estudo foram submetidas aos exames de rotina para descartar outras doenças que simulem a DA, como alterações psiquiátricas, tumores do sistema nervoso central ou outras doenças neurovegetativas degenerativas;
- Avaliação do peso corporal pelo índice de massa corpórea (IMC) no início e no final do trabalho;
- O acompanhamento clínico será a cada 5 semanas;
- Realizaremos a tomografia computadorizada do crânio, para identificar eventuais doenças do sistema nervoso central.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. BEHL, C.; SKUTELLA, T.; LEZOUALCH, F.; POST, A.; WIDMANN, M.; NEWTON, C. J.; HOLSBOER, F. Neuroprotection angainst oxidative stress by estrogens: structure activity relationship. Mol. Pharmacol., 51: 535-541, 1997;
2. DAVIES, P.; MALONEY, A.J. F. Selective loss of central cholinergic neurons in Alzheimer´s disesses. Lancet, 2: 1403, 1976;
3. GIBBS, R. B.; WU, D.; HERSH, L. B.; PFAFF, D. W. Effects of estrogen replacement on the relative levels of choline acetyltransferase, trkA and nerve growth factor messenger RNAs in the basal forebrain and hippocampal formation of adult rats. Exp. Neurol., 129: 70-80, 1994;
4. KANAS, C.; RESNICK, S.; MORRISON, A.; BROOCMEYER, R.; CORRADA, M.; ZONDERMEN, A.; BACAL, C.; LINGLE, D. D.; METTER, E. A prospective study of estrogen replacement therapy and the risk of developing Alzheimer`s disease: the Baltimore Longitudinal Study of Aging. Neurology, 48: 1517-1521, 1997.
 http://www.alimentos-funcionais. com/alzheimer.htm
 http://www.nutrisoy.com.br/htmls/dicas/alzheimer.htm#artigo